quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sobre o infinito em um piscar de olhos...













Qual é a distância entre viver e existir? Qual a fronteira entre o “estar” e o “há por vir”? Fechar os olhos é apenas uma maneira sutil de enxergar.

O infinito se faz presente em nós e o que do corpo aflora acaba por limitar o que somos aos olhos alheios. O mundo gira e lapida em nós a sua arte, mostrando o quanto é impossível permanecer imune à natureza externa.

Ouço o meu silêncio, recolho os retalhos da vida que me restou. Na outra face da mesma porta, sinto o mundo a se contorcer. Fecho as minhas janelas e acendo as luzes para que o escuro enfim adormeça. O nosso tempo se esvai e eu continuo tentando ignorar o soar silencioso da vida que agoniza entre as estações.

Inalo a poeira que se esconde pelos cantos, pedacinhos de vida morta, restos do tempo carcomido, enquanto observo os insetos em volta da lâmpada, tão aquém de todo esse pesar, buscando apenas uma maneira de se iluminar, mas são só insetos... Não sabem de nada

Aprecio e, ao mesmo tempo em que os invejo, me orgulho e sinto, sinto muito.
Então abro os olhos, sorrio e sigo. Já não sei de nada, mas, pra mim, está tudo bem...



A!

2 comentários:

  1. Contradições de uma vida morta. De uma vida tão morta que no escuro se faz mais nítida, que no silencio ensurdecedor traz muitas respostas, que na claridade dos sons se perde em um segundo.

    Você escreveu aqui, mais uma vez, muito do que penso e sinto.
    Sentimos, intensamente... juntamente separados.

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  2. belo texto!

    estou seguindo seu canto..

    beijos, G.

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