sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

São gotas que formam um rio...


Se uma gota cair sobre meu pé descalço e o céu estiver aberto, sinal que o que serviu de sol não aquece meu ser. Nesse momento meus olhos nada mais serão do que duas nascentes. Com o fluxo de gotas percorrendo minha pele, meu corpo logo se transformaria no leito do meu rio de lágrimas e então eu desejaria que você navegasse por todas as moléculas que se formaram devido a sua ausência.


Gotas que caem, mesmo quando o sol se mostra e aquece a minha cabeça, podem ser explicadas com a palavra saudade.




A! (de Abstinência!)

domingo, 11 de outubro de 2009

Sobre tudo que não falei...


São tantos os planos dos dias, são tantas as mágoas da vida. Só sei que o que faz parte do passado, de certa forma, não me pertence quando o verbo deve ser conjugado no presente, então eu abro mão do que eu escrevi no momento em que era, por horas, mais novo e, por dias, mais vivo.

Quero viver o presente de agora e o do minuto seguinte, onde sempre existiu o acaso para fazer parte do que sou.
O acaso é o obstáculo que há entre o seu corpo e o meu, entre a sua alma e a minha.
Culpo-o por eu ter sumido da sua vida. Culpo-o por eu não ter te encontrado nas ruas pelas quais vagamos no mesmo minuto do sol do mesmo dia, por não ter acertado seu corpo anestésico entre as portas pelas quais passamos na solidão do mesmo momento.
O acaso me sequestrou. Estive ausente, estive distante, sumi, mas não desisti de te possuir.

Você me fez sonhar enquanto só existiam pesadelos habitando meu travesseiro. Você me fez viver e encontrar o caminho para o amor, que eu pensei ter assassinado dentro de meu peito.

Sou eu, novamente, por ter encontrado sua ternura no acaso de um dia antigo e se um dia o tal me contemplou com o conhecimento de sua existência, hoje ele me leva para rua oposta a qual sua sombra entra.

Não pense que eu desisti de tamanho sentimento.
Você, ainda, vai estar envolta pelos meus braços, nem que seja por um mísero dia de minha vida e toda a eternidade da memória, mas eu não posso morrer sem proferir que sua vivência foi minha, mesmo que por segundos.

Saber da sua existência perturbou a minha...


A! (de Alucinógeno!)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Verbo "to be":


Para marcar a minha rendição, farei como sempre fiz no primeiro dia de aula. Serei megalomaníaco e farei, com louvor e sem modéstia alguma, a minha apresentação.

Lembro-me com perfeição... Cresci e virei o fruto podre que sou.
Mente inconsequente, atos controlados. Assassino de sonhos, poeta de alma, autista, amante, alado, artista, andante, alterado, asmático de pensamento.
Sou tudo o que bem quiser, até mesmo o que não puder. Sou a morte de anos atrás, o vazio do presente dessa escrita.
Sou confusão de pensamentos, obscuro do sentir. Sou o que você lê. Serei você, se me entender. Serei o céu, se me sentir.

Sou tudo, porém no tudo existe o nada. Sou nada.
Sou o verbo "to be", sou também o sentir.


Por fim, sou a letra A! (de estar ausente, por horas, até da mente!)



A!