segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sobre a sobrevida de um equilibrista...











Só pode ser um erro do universo, o sentir.

Acabamos por enxergar tudo que não existe na percepção fria de um par de olhos e que a verdade do toque das mãos nunca será capaz de entender. Ele está ali, na corda bamba da existência, continuamente indeciso, se equilibrando ou não, mas sempre enlaçado a uma certeza.

Vejo o tempo, seja na face dos que envelhecem ou nas milhares formas que o homem inventou para o medir, imprecisamente. Confio mesmo é no estado atmosférico das rugas e das marcas de expressão. Só elas traduzem a dor dos que ousaram viver a inconstância do sentir. O tempo é assassino e o faz aquietar. Pode ser que seja junto, pode ser que não, porém será sempre conosco, mesmo que em lugares diferentes do tempo.
Se hoje visto e trago um sorriso sincero recheado de paz, é por que sei e aceitei que o tempo é fiel e um dia me levará de carona.

Apesar das mãos dadas a certeza de um homicídio e da breviedade com a qual insiste em flertar, o sentir é e será eternamente eterno, mas para a compreenção desse fato é necessária uma certa sensibilidade e um pouco de bom senso para entender que eternidade não é questão de tempo.

Como disse, se equilibrando ou não, sempre há uma certeza: todo equilibrista um dia cai.


E é assim, equilibrado na certeza da queda, que espero atento pela minha carona.





A! (de Abismo!)

Um comentário:

  1. não preciso repetir pela milésima vez que sou sua fã, não é?

    as vezes parece que você roouba meus pensamentos e os transforma em palavras. Lindas como eu jamais conseguiria.

    so much love in you.
    ;*

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